Nesta terça-feira (09), docentes dos cinco campi da Unioeste definirão em assembleia se vão ou não entrar em greve, como forma de reivindicação pelo cumprimento da data-base. A assembleia geral, convocada pela Adunioeste (Seção Sindical dos Docentes da Unioeste), será realizada no campus Cascavel, às 14h30, com transmissão simultânea nos campi de Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu. 
Como a categoria já possui o indicativo de greve aprovado, pode entrar em greve a qualquer momento, desde que deliberado em assembleia. Movimento semelhante ocorre nas outras universidades estaduais do Paraná, onde indicativos de greve também foram aprovados. Os docentes da UEL (Universidade Estadual de Londrina), além do indicativo, aprovaram greve em assembleia realizada na última na quarta-feira (04). Como consequência desta deliberação, nesta universidade os professores cruzaram os braços nesta segunda-feira (08).

Defasagem
Há sete anos sem reposição salarial, os docentes das universidades estaduais do Paraná acumulam 42,16% de perdas salariais. Importante destacar que o governo do Paraná tem uma dívida de 3,39% com os servidores, referente à data-base de 2016, que ainda não foi paga, mesmo diante de determinação judicial. 
Durante a difícil tentativa de negociação, o governador Ratinho Junior se negou a debater a data-base com a categoria e no dia 31 de março chamou a imprensa para anunciar uma reposição de apenas 5,79% aos servidores estaduais. Desde então a categoria, por meio de seus sindicatos e seções sindicais, vêm articulando junto ao legislativo e executivo estadual e mobilizando suas bases para uma reação ao que consideram um desrespeito ao funcionalismo estadual. 
A proposta, inclusive, é bastante inferior às apresentadas a outras categorias, como por exemplo: ao executivo estadual – como os professores da Educação Básica (para os quais o reajuste chegou a 13,25% com a recomposição do piso); e ao executivo federal, cuja reposição chegou a 9%. Isso sem considerar o tratamento diferenciado concedido aos trabalhadores do judiciário, legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas, que tiveram reposição salarial integral de 2017 a 2021, e, agora em 2023, de tal forma que suas perdas salariais acumuladas foram zeradas. 
“Vale lembrar que, este cenário de desmonte é promovido pelo Governo do Estado apesar de as universidades estaduais paranaenses estarem posicionadas em diversos rankings nacionais e internacionais como as melhores universidades de ensino público. Ratinho Junior não valoriza a universidade pública e não respeita o trabalho dos seus docentes”, destaca a presidente da Adunioeste, Sabrina Grassiolli. 

Mobilização
Os docentes das sete Instituições do Ensino Superior das Estaduais do Paraná tem travado uma luta árdua com o governo do estado pela reposição integral das suas perdas salarias. 
O Comando Sindical Docente – formado pela Adunioeste, Adunicentro, Sesduem, Sindiprol Aduel, Sinduepg e Sindunespar – solicitou no dia 27 de abril, por meio de ofício, uma reunião com o chefe da Casa Civil do Estado do Paraná, João Carlos Ortega. O objetivo das seções sindicais que compõe o comando é tratar sobre a situação salarial dos docentes das universidades estaduais. 
Já o FES (Fórum das Entidades Sindicais do Paraná) -  do qual a Adunioeste também faz parte – participará de uma reunião com o Poder Executivo na quarta-feira (10) para discutir a data-base.  Na pauta da reunião estará a reivindicação do FES para que a data-base do último período seja paga considerando os retroativos ao mês de maio e a cobrança sobre o passivo de 42%. 
Na terça-feira passada (02), representantes do FES conversaram com o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano, que se comprometeu a dar agilidade ao Projeto de Lei para o pagamento da reposição da inflação assim que a proposta chegar à Casa. Representantes da Adunioeste também participaram da reunião.