Na manhã desta quinta-feira (4) estudantes, servidores e professores se reuniram em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida, em Cascavel, para um grande ato em defesa da universidade. Os alunos tomaram a iniciativa de realizar o ato, após uma reunião com o diretor geral do campus Cascavel Alexandre Weber, onde este expôs a atual situação financeira da universidade, a qual tem resultado na suspensão de diversas atividades do campus.
Os cortes na verba de custeio têm sido severas, a ponto de faltar o básico para o bom funcionamento da universidade. No campus Cascavel, cidade onde ocorreu o ato, enquanto que, em 2014 a verba de custeio foi de R$2,79 milhões, neste ano de 2018 ela chega a apenas R$1,5 milhão, sendo que 30% desta verba está contingenciada. Diante de um recurso 46% inferior ao de 4 anos atrás, a Unioeste campus Cascavel teve, neste período, um aumento de 1.184 alunos, 6 cursos de graduação e 5 cursos de pós-graduação strictu sensu.
Como oferecer mais cursos e atender mais alunos com uma redução de 46% na verba de custeio? O resultado deste cálculo é a recente suspensão do biotério central da universidade; o bloqueio na entrega de órteses e próteses na Clínica de Fisioterapia; o cancelamento no serviço de recolhimento de lixo hospitalar das clínicas e laboratórios; a falta de lâmpadas, papel higiênico e outros itens básicos; a falta de zeladoras; e a ameaça eminente de cortes entre os estagiários.
No entanto, é importante ressaltar que o corte de verba de custeio não é o único fator que levou a Unioeste a atual situação de profunda crise financeira. Há muitos anos a universidade não tem a liberação do Governo do Estado do Paraná para a realização de um novo concurso público. Paralelo a este fato, a cada ano, mais e mais servidores requerem suas aposentadorias e a demanda de matrículas e atendimentos no Hospital Universitário só aumenta. Nos últimos anos a Unioeste tem suprido esta carência de servidores efetivos por estagiários e terceirizações. No entanto, os salários destes trabalhadores não saem do recurso destinado à folha de pagamento, e sim da verba de custeio. Atualmente a Unioeste, entre seus cinco campi, possui 407 estagiários e 341 servidores terceirizados. Em 2014 eram 128 terceirizados.
Hoje a Unioeste conta com apenas uma alternativa para sobreviver à crise, a liberação de R$3 milhões, através de emenda aprovada que autoriza o Governo do Estado a suplementar o orçamento da universidade. Com essa suplementação o orçamento da universidade se iguala ao do ano de 2017, garantindo uma sobrevida à Unioeste.
Durante o ato, através de cartazes, palavras de ordem e muita disposição, a comunidade acadêmica reivindicou exatamente isso: a devida atenção e investimentos por parte do governo para a Unioeste que, além de desenvolver pesquisa e garantir os mais variados serviços à população, teve sua qualidade recentemente certificada pela revista inglesa Times Higher Education, que colocou a Unioeste entre as melhores universidades do mundo.
Confira as fotos do ato