Os servidores públicos do Paraná iniciaram, neste mês, uma nova fase de luta pela recomposição salarial, com o lançamento de campanhas organizadas pelo Comando Sindical Docente (CSD) e pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES) . As ações visam denunciar o acúmulo de 47% de perdas salariais ao longo dos últimos anos e cobrar do governo Ratinho Jr. o cumprimento da Lei da Data Base que prevê reajustes anuais para o funcionalismo.
A mobilização ocorre em duas frentes. O CSD , que reúne sindicatos das sete Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), lançou uma campanha visual com fixação de faixas nos campi universitários , alertando a comunidade acadêmica e a população sobre a precarização das mudanças. Já o FES aposta em uma estratégia digital, promovendo uma campanha nas redes sociais que vem sendo amplamente compartilhada por sindicatos dos servidores estaduais.
As campanhas ressaltam a falta de compromisso do governo do Estado, que não incluiu a recomposição salarial na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e mantém uma política de renúncias fiscais bilionárias para grandes empresas enquanto ignora os direitos dos servidores. Durante a reunião realizada no final de fevereiro entre a FES e a Secretaria de Administração e da Previdência (SEAP) , os representantes do governo prometeram apenas encaminhar o tema para debate com a Casa Civil e a Secretaria da Fazenda, sem apresentar uma proposta concreta de reposição das perdas.
Diante desse cenário, os sindicatos intensificaram a mobilização. O CSD já deliberou a possibilidade de rodadas de assembleias para discutir uma paralisação no dia 2 de abril , como forma de protesto contra a omissão do governo. Paralelamente, a FES propõe uma greve geral dos servidores estaduais para o dia 29 de abril , marcando os 10 anos do ataque do governo do Paraná aos fundos previdenciários do funcionalismo.
A próxima reunião entre os sindicatos e o governo está marcada para o dia 27 de março , e até lá, as campanhas seguirão em curso, ampliando a pressão sobre Ratinho Jr. A expectativa é que uma mobilização crescente force o governo a apresentar uma proposta concreta. Caso contrário, as categorias já sinalizam a intensificação dos protestos nas ruas e nos campi universitários.